"ELE"
A partir da obra da escritora sineense Cláudia de Campos
INSCRIÇÕES ATÉ 13 DE DEZEMBRO
DURANTE O LITERÁREA:
14 Dezembro - Às 14h00 - Ponto de encontro: Paços do Concelho
Inscrição prévia: arquivo@mun-sines.pt
Um roteiro pela cidade através dos locais mencionados e descritos pela autora na obra – Paços do Concelho, Museu e Castelo de Sines, Ermida de Nossa Senhora das Salas, Forte do Revelim, Capitânia (antiga casa de Cláudia de Campos), entre outros.









Local / Horários / Duração
14:00 HORAS
– Início do percurso pedonal nos Paços do Concelho, uma das casas da família de Cláudia de Campos. [pág. 1]
“O relógio da pequena vila de Sutil, situada em anfiteatro sobre as rochas, à beira do oceano, fez ouvir no povoado silêncio de uma clara e serena manhã de maio às seis horas. O sol ia dissipando a transparente neblina e despindo a agreste paisagem dos véus de gaze que a envolviam. Cortavam o ar milhares de asas; pela terra os insetos zumbiam. As casas, pouco elevadas, brancas, amarelas, cor de rosa e azuis, destacavam-se a pouco e pouco, de entre as brumas e recortavam-se, umas no horizonte, outras no fundo escuro do pinhal…”
14:20 HORAS
– Museu de Sines. Visita ao Castelo e ao Museu de Sines. [pág. 38]
“Alice calou-se de súbito, o trem passou rápido junto do velho palácio dos condes do Vale e entrou a rodar, aos solavancos, pelas calçadas desiguais de Sutil. O relógio do velho castelo bateu cinco badaladas.
Ah! Aquelas vozes de bronze, que o vento levava até às Pedras Negras, que instantes felizes marcaram na juventude da viscondessa!
Das casitas baixas, umas caiadas de novo, outras tisnadas pelos sóis, corriam às janelas e portas mulheres de lenço na cabeça e crianças seminuas, espantadas.”
15:00 HORAS
– Rua Teófilo Braga, antiga Rua Direita, local descrito no romance. [pág. 38,39]
“À esquina da loja do José Paulino estava postada uma grande parte da elite masculina. Todas as cabeças se descobriram, todos os olhos seguiram a carruagem, que tomou pela Rua Direita, rua ingreme e mal calçada, ainda assim a mais bem frequentada da povoação, com as suas casas de um andar, o seu club, a sua botica, as suas lojas garridas. Os prédios interromperam-se bruscamente, à esquerda, por um muro baixo, bifurcando-se nesse ponto o caminho. Um ramal descia até à fonte, aberta na rocha, onde a gente do sítio se fornecia de água. Apareceu então de chofre a barroca, erriçada de salgadeiras e jonias, coberta a espaços por canaviais, sem descanso balouçados pelo vigoroso sopro marítimo e o irrequieto lençol das águas, picado de esguias barcas.”
15:20 HORAS
– Visita à Ermida de Nossa Senhora das Salas e ao seu interior. [pág.151, 152]
“… Ela passou o portão de ferro e seguiu pela estrada, até ao largo da Senhora da Rocha, onde ecoava o arrastado e dolente canto das raparigas.
A modesta ermida, exposta àquela hora ao sol, ofuscava a vista com a intensa luz reverberada pelas suas paredes, brancas de cal. Estava aberta a negra e estreita porta da sacristia, semelhando um remendo preto na crueza daquela alvura. Cléo entrou, maquinalmente, passando à igreja onde ajoelhou, como Alice, aos pés do altar-mor.
O recinto era claro, tirando aquele ar de doce mistério que tanta influência exerce sobre o espírito, nos lugares sagrados. Pobreza, asseio, profusão de luz, entrando a jorros da grande janela do coro, eis o que se notava no interior da igreja, cujas paredes, forradas de azulejos até meia altura, eram caiadas dali para cima, bem como a simples cúpula. Inferiores douraduras emolduravam nos altares laterais os envidraçados nichos de dois santos. Um deles S. Benedito, carregado de fitas de vistosos coloridos, intrigara muito Cléo em criança.
Ela curvou a cabeça e balbuciou por hábito uma prece, em frente da Senhora da Rocha, sobrecarregada de bordaduras e flores trémulas, que protestavam contra o bom gosto e o bom senso.
… A humilde igrejinha, com as suas toscas imagens, cobertas de pretenciosos ouropéis, quantas reminiscências boas lhe avivava!”
16:00 HORAS
– Visita ao Forte do Revelim. [pág. 129]
“… Por fim, aturdida, cansada, foi procurar abrigo no velho Forte, que erguia as suas pobres ruínas sobre o próximo despenhadeiro.
Era um antigo e abandonado reduto, a que dava ingresso um corredor de abobada, tendo um quarto à direita, outro à esquerda, ambos com porta para o quadrado terraço de lages, fronteiro ao mar. Sobre esses quartos corria um mirante, para onde se subia por uns derrocados e grosseiros degraus.
Cléo descançou sobre a pedra, que servia de banco, no terraço. Encostou-se à pequena muralha que circundava o recinto e fechou os olhos, abrindo-os quase no mesmo instante, assustada pelo forte ladrar de um cão. Partiam de alto os latidos. Erguendo a cabeça, viu, empoleirado na esburacada ameia do mirante, o Storff, que a reconhecera e a chamava e por de traz dele, Frantz Lentz.”
16:20 HORAS
– Passeio pelo exterior da Capitânia, antiga casa de Cláudia de Campos. [pág. 20]
“Ao Sul e assente sobre a alta e escarpada barroca, erguia-se, dominando a charneca e o mar, a habitação da família Fratel, habitação pesada, no gosto pouco artístico do negociante Fratel, que a mandara construir. Compunha-se ela de rez-do-chão bastante elevado, onde ficavam as salas, as cozinhas e os aposentos particulares da família; de um primeiro andar destinado à criadagem e arrecadações e de um subterrâneo dividido em adegas e dispensas. O pequeno jardim que a circundava e no qual ficavam em um dos extremos as cocheiras e no outo os celeiros, tinha duas saídas: a primeira por um portão de ferro, em frente da casa e do portão das Guedes, deitando, como o delas, para a estrada e a segunda por um portado de madeira, pintado de verde, que abria sobre a mata de eucaliptos, adjunta ao areal. Para esta abria também o portado de um outro jardim, de onde por entre acácias e loendros se divisava o palacete amarelo dos Lentz. O comprido braço de terra, conhecido pelo nome de Pedras Negras, decerto por causa da cor dos majolos e rochas que o sustentavam e que da vila se estendia pelo oceano dentro, parecia assim estar guardado pelas habitações de três dos seus mais opulentos negociantes: Os Guedes, os Frateis e os Lentz, dando a distância, a poética ilusão de castelos, defendidos ao sul e poente por gigantescos penhascos e ao norte pelos pinheiros enfileirados e direitos como um exército a postos, tendo a isolá-los, em vez de fossos, a escura charneca e o branco areal, que se desenrolavam a perder de vista.”
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